“Luz para Todos” e o rancor da mídia
Por Altamiro Borges
O programa “Luz para Todos”, criado pelo governo Lula,
completou dez anos de vida em novembro. Neste período, ele beneficiou 14,4
milhões de brasileiros que não possuíam energia elétrica nos rincões do país. A
sua meta inicial era a de atingir 10 milhões de pessoas até 2008, garantindo
acesso gratuito a este serviço. Com base num estudo do IBGE que localizou mais
famílias sem luz, ele foi prorrogado e superou as expectativas. Mesmo assim, a
mídia demotucana evitou soltar rojões e ainda tentou desqualificar um programa
que representa a redenção de milhões de brasileiros.
Em manchete espalhafatosa, a Folha tucana preferiu realçar
que “programa federal faz 10 anos com 1,5 milhão sem luz no Norte”. A
reportagem de Lucas Reis até explicou os motivos das dificuldades para se
“levar postes e fios a áreas de difícil acesso na Amazônia, onde cerca de 360
mil famílias – ou 1,5 milhão de pessoas – esperam o fim da exclusão elétrica”.
Também esclareceu que “entre esses sem luz na região Norte do país estão 162
mil famílias já identificadas pelo governo e que fazem parte da meta do
programa fixada até dezembro de 2014”.
Os fatos que ilustram a reportagem, porém, não foram
suficientes para aplacar o ímpeto oposicionista da Folha e do restante da
mídia. O Globo, Estadão, Veja e as emissoras de tevê e rádio preferiram não dar
qualquer destaque ao programa nos seus dez anos de existência. Como afirmou a
presidenta Dilma Rousseff, no pronunciamento de final de ano neste domingo
(29), as forças direitistas apostam na “guerra psicológica”. Pena que o governo
federal ainda se acovarde diante do maior exército desta guerra psicológica –
os impérios da mídia.
O “Luz para Todos” foi criado em novembro de 2003 pelo então
presidente Lula. Até novembro, ele beneficiou 3 milhões de residências. O IBGE
calcula que hoje apenas 0,5% dos domicílios do país não são cobertos por luz
elétrica. A região Norte tem o pior índice: 97,2%. Todas as outras regiões
superam os 99%. “O Norte é a geografia mais complexa e dispendiosa. Os
programas são mais caros, pois há dificuldades naturais, além da taxa de
crescimento populacional superior à média nacional", explica Henrique
Ludovice, assessor para universalização de energia da Eletronorte.
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